Robaina

António Segura Robaina nasceu em Las Palmas, decorria o ano de 1974. Iniciou-se no futebol sénior no clube local, precisamente o Las Palmas. Representou este emblema durante 4 épocas seguidas antes de dar o salto para outro clube das ilhas, desta vez de maior dimensão e a passar um periodo mais desafogado: o Tenerife. Nas 4 épocas que representou o clube, chegou a jogar com craques como Kodro, Aurelio Vidmar ou Oliver Neuville. Em 1996/97, treinado por Jupp Heynkees atingiu a meia final da Taça UEFA, caindo aos pés do então vencedor Schalke 04. Na época seguinte ainda partilhou o balneário com Makaay e o nosso Domingos, entre outros, mas como é óbvio uma época que começa com o Rei Artur ao leme não pode acabar bem. Substituído por Victor Fernandez a meio da época, o clube ainda se conseguiu salvar da descida de divisão.
Como os efeitos do treino do Rei Artur são deveras devastadores, na época seguinte o Tenerife acabou mesmo por descer de divisão e Robaina também. Estava na altura de Robaina dar o salto, e que clube melhor que a constelação de estrelas do Sporting de Augusto Inácio e Luis Duque? Robaina, apesar de mostrar todo o seu (não-)valor pelos campos na 1ª Divisão portuguesa, conseguiu o título nacional. Mas Robaina queria mais. Queria inclusivamente poder jogar. Portanto na época seguinte, o extremo transfere-se para o clube que nunca o traiu, o Las Palmas, que faz uma boa temporada na Liga Espanhola nessa época (2000/01).
Apesar da boa época dos ilhéus, Robaina ainda não estava feliz e assina pelo Ceuta, da 2ª Divisão B de Espanha. Nas 3 épocas seguintes, representa o emblema do Pájara, também dos escalões secundários espanhóis e em 2005/06 faz uma época no Castillo CF. Mas a carreira de Robaina merecia mais, e na época seguinte, 2006/07, assina pelo Santa Brígida, da terra que nunca o traiu - as Canárias. Ainda agora lá joga.
É caso para dizer que aos 34 anos, Robaina já vai no Santa Brigída e que já joga em divisões secundárias espanholas há 8 épocas consecutivas. Carreira para seguir aqui.

Márcio Santos

Márcio Alexandre Gonçalves Santos, mais um guarda-redes que o Sporting e a comunicação social portuguesa tentaram vender ao país como uma grande promessa, nasceu em Lisboa no ano de 1979.
Iniciou-se nas camadas jovens do Sporting onde jogou um sem número de vezes nas selecções jovens de Portugal. Passou a sénior e foi emprestado duas épocas ao clube satélite da altura, o Lourinhanense (um viveiro de já-vai´s).
Em 1998/99 repartiu a sua época entre a Lourinhã e o Real Madrid B (provavelmente colocado lá por algum empresário).
Na época seguinte transfere-se para o Felgueiras, onde a baliza era posse do gigante Khadim. Márcio faz uma segunda época em Felgueiras (as duas na 2ª Divisão) e em 2001/02 dá o salto para a Académica, mantendo-se na mesma divisão. A baliza dos estudantes estava à guarda do eterno Pedro Roma, para azar de Márcio. Mas os academistas conseguiram a promoção à Superliga nessa época, Márcio foi campeão da 2ª Divisão. Na época seguinte, mantém-se em Coimbra, desta vez contando com Hilário para além de Pedro Roma, como concorrência.
Escusado será dizer que não foi muito feliz. Mas Márcio teria a sua chance na Superliga quando se transferiu em 2003/04 para o Estrela da Amadora. Nessa 1ª época o titular era Veiga (Que carreira também! Lá chegaremos…). Na 2ª época Márcio também não foi feliz, com a concorrência de Paulo Lopes. Assim, em 2005/06 Márcio decide dar o salto para o Odivelas, da 2ª Divisão B, treinado por Rui Gregório.

Na época seguinte Márcio pensa em voos mais altos, assinando pelo Olivais e Moscavide, que tinha subido à 2ª Divisão de Honra. Mas foi sobe e desce, e Márcio também. Sai para o Odivelas de novo em 2007/08 de onde salta para o Mafra, em 2008/09.
Com carreira para seguir aqui, Márcio Santos aos 29 anos já vai no Mafra!

Amaral

Alexandre da Silva Mariano, como o nome facilmente indica, Amaral no mundo do futebol, nasceu em Capivari, Brasil, estado de São Paulo, decorria o ano de 1973.
Iniciou a sua carreira como coveiro, num cemitério, e pelas histórias que contava dessa altura lhe ficaram as alcunhas de "Zé do Caixão" e "Coveiro".
No futebol, iniciou a sua carreira sénior no Palmeiras, na temporada de 1993, equipa que era uma verdadeira constelação de estrelas brasileiras em que quase todos chegaram a vestir a camisola da selecção num momento ou outro da sua carreira.
Amaral esteve 4 épocas no Palmeiras até que foi altura de dar o salto para a Europa, via Parmalat. Assim, o jogador é contratado pela equipa da sede da empresa de lacticínios, o Parma, mas ainda fica parte da época no Palmeiras. A porta da Europa estava aberta para Amaral e era o Benfica, em 1996/97, que o acolhia por empréstimo do Parma. Que equipa!
Amaral colheu as simpatias dos adeptos benfiquistas e na 1ª época participou em 19 jogos. Apesar dos insistentes pedidos dos sócios, que até fizeram uma célebre campanha (Fica Amaral), Amaral não ficou no Benfica, diz-se, porque Manuel José “não queria abdicar de um dos seus” para ficar com o médio-defensivo.
Entretanto na época de 1997 regressa ao Palmeiras onde faz 22 jogos e volta à Luz na época seguinte 1997/98, como grande trunfo de Vale e Azevedo, novamente por empréstimo, juntamente com Souness, que preferiu sempre Kandaurov e Thomas para fazerem a posição do brasileiro. Não admira portanto só ter feito 5 jogos.
Amaral foi transferido de novo para o Brasil, desta feita para o Corinthians, onde joga época e meia. A meio da época de 1999 assina pelo Vasco da Gama e em 2000/01 regressa à Europa e para se afirmar na Serie A. Assina pela Fiorentina, onde alinha 2 épocas. Inicia a época de 2002/03 no Besiktas da Turquia mas não é feliz e regressa ao seu Brasil, para iniciar uma carreira de saltimbanco de clubes. Em 2003 alinha no Grémio, em 2004 no Vitória da Bahia e em 2005 no Atlético Mineiro, clubes onde nunca fez uma época em cheio.

Novo regresso à Europa em 2005/06 para representar o Pogon, clube polaco que comprou brasileiros por atacado que constituíam a maioria do plantel onde alguns dos poucos não brasileiros eram Kazmierczak, Grzelak e Peskovic (actualmente na Académica). Em 2006/07 ainda se manteve na Polónia, onde alinhou em 9 partidas, mais 2 que na época anterior. No final dessa época regressa ao Brasil, para envergar as cores do Santa Cruz do Recife. Em 2008 alinhou no Grémio Barueri, na 2ª Divisão do Brasil.
Mas para a época de 2008/09, e depois de ter corrido toda a Europa e Brasil, Amaral decide dar novo rumo à carreira e junta-se a um colosso da Oceânia, o Perth Glory, onde alinha ao lado do holandês Victor Sikora.
Aos 35 anos e com carreira para seguir aqui, Zé do Caixão já vai na Austrália…

Mamede

José Mamede Aleixo Ferreira nasceu perto de Alcácer do Sal, corria o ano de 1974. Iniciou-se no futebol nas escolas do Vit. Setúbal e subiu aos seniores em 1992/93, sob as ordens de Raul Águas. Nessa época, partilhou o balneário com nomes como Yekini, Diamantino ou Nunes.
Mamede, no mundo do futebol, manteve-se no plantel sadino durante 8 épocas a fio, portanto até ao fim de 1999/00. Teve a ascensão normal de um futebolista dentro duma equipa e quando saiu era titular da mesma. O Calcio chamou-o e Mamede correspondeu.
Em 2000/01 assina pela Reggina, de Reggio Calabria, não confundir com a Reggiana de Reggio Emilia e de Paulo Futre. Nessa primeira época é companheiro de equipa de Caneira, mas os dois não são capazes de evitar a descida de divisão da equipa. Na época seguinte, na Serie B, conseguem a subida de divisão para na 3ª época conseguirem a manutenção na Serie A.
Mamede tinha provado a toda a Itália que era jogador para a Serie A, portanto transfere-se em 2003/04 para o Messina, que jogava na Serie B. Consegue a subida nessa época e um 7º lugar na Serie A na 2ª época, muito boa classificação. Na 3ª época, nem com o castigo de 30 pontos a Lazio, Milan e Fiorentina e com a desclassificação da Juventus, a Messina consegue evitar o regresso à Serie B. Ter Zoro na equipa ajudou decerto.
Em 2006/07 Mamede passa meia época na Serie B com o Genoa e outra meia na Serie C com o Perugia. Na época seguinte seguiu para Salerno, na Serie C, onde alinhou pela Salernitana, equipa que subiu à Serie B. Mamede também foi campeão!
Actualmente, transferiu-se para o excitante Potenza, da Serie C1B, onde ocupa um honroso último lugar. Aqui está o link para Mamede na página do clube.
Sendo que em Itália as carreiras acabam perto dos 40 anos, ainda é de esperar para ver onde a carreira de Mamede vai acabar, mas aos 34 anos já vai a caminho da 4ª Divisão italiana. Carreira para seguir aqui.

Detinho

José Wellington Bento dos Santos, no mundo do futebol Detinho, nasceu no ano de 1973 em Sergipe, no Brasil. Com infância pobre e difícil, Detinho tenta a sua sorte no mundo do futebol. Os registos a que tive acesso apenas remontam a 1997, quando Detinho alinhava no Vasco Esporte Clube (não confundir com o Vasco da Gama) de Sergipe. Em 1997/98 inicia-se a aventura europeia do atleta, chegando para o Paços de Ferreira de Eurico Gomes na altura e que militava na 2ª Divisão.

Com adaptação difícil, Detinho abandona o clube e ruma ao Vianense nessa mesma época, treinado pelo nosso bem conhecido Rogério Gonçalves. Na época seguinte, transfere-se para a Oliveirense e em 1999/00 assina pelo Marco. Todas estas equipas estavam na 2ª Divisão B na altura.

Mas em 2000/01 Detinho dá o salto para a alta roda do futebol português assinando pelo Campomaiorense, clube onde ficou época e meia, sendo que a segunda época já foi na 2ª Divisão. A meio dessa época transfere-se para o Leixões de Carlos Carvalhal, que alinhava na 2ª Divisão B (bem conhecida do nosso herói), clube em que perde a final da Taça de Portugal para o Sporting. Nessa época, Detinho confessa à comunicação social que é analfabeto o que não deixa de ser estranho num futebolista profissional.

Detinho vive tempos felizes em Matosinhos, onde permanece durante as 3 épocas seguintes. Mas as saudades apertavam e Detinho precisava de nova época na 2ª Divisão B para as matar: assim assina pelo Imortal de Albufeira para a época de 2005/06. Mortas as saudades, Detinho estava pronto para nova grande etapa na sua carreira: emigrar! Sim, porque Detinho é um português adoptado por todos os lusos amantes da bola, como é óbvio.

O novo destino é a exigente liga de Hong Kong e o seu campeão habitual, o South China, clube por onde passou Pedro Xavier em tempos. O treinador era Casimiro Mior, nosso bem conhecido. Chegaram de Portugal mais alguns atletas, entre os quais Marco Almeida (logo um dos primeiros abordados), Juninho Petrolina e Sidraílson. Detinho vive tempos felizes no campeonato de Hong Kong e, até ao momento, tinha marcado 53 golos em 56 jogos no clube.

Neste video amador, pode-se ver Detinho a marcar um golo contra o LA Galaxy de David Beckham e Abel Xavier, que se distingue claramente na imagem pela cabeleira loira jogando a central:



É um jogador com direito a wikipedia. De outro modo pode-se seguir a sua carreira aqui.

Não obstante, o campeonato é bastante fraco, e não se livra de um já vai em Hong Kong…

Anderson

Anderson Roberto da Silva Luiz nasceu em Apucarana no Brasil, corria o ano de 1978. Como qualquer brasileiro que joga a bola, quer vir para a Europa o mais depressa possível e isso até aconteceu, estreando-se no plantel do Alverca em 1997/98, portanto com 19 anos ainda, clube que na altura estava na 2ª Divisão.

Anderson era um avançado rápido e forte, com boa estampa física (1,87m) e poderia vir a ser um bom jogador em Portugal. Nessa 1ª época, Anderson festeja a subida à 1ª Divisão com o Alverca, mas na época seguinte vai fazer meio ano ao Náutico, do Recife, sendo uma época em que não se afirmou por cá. Mas em 1999/00 estava de volta e ao Alverca para aí ficar durante 3 épocas de inegável sucesso. Em 2002/03 estava na altura de dar o salto e que clube mais apetecível para ir nessa cantilena que o Benfica!

Como era de esperar, Anderson não se impôs na Luz e foi emprestado ao Moreirense até ao final dessa época, onde jogou com regularidade. Mas o contrato que assinou com o Benfica era longo e Anderson não quis abrir mão do mesmo. Como tal, permanecendo ligado ao Benfica, iniciou a época na equipa B enquanto não arranjava colocação. Esteve emprestado à Naval, na altura na 2ª Divisão metade da época e na outra metade novo empréstimo, desta vez ao Al-Rayyan do Qatar, que tinha nas suas fileiras craques como Hierro, Basler ou Bernabia. Na época seguinte fez o mesmo trajecto: meia época na 2ª Divisão com a Naval e o restante de novo no Al-Rayyan, desta vez com os gémeos de Boer nas suas fileiras e ainda Sonny Anderson, para além de Bernabia que se manteve.

Colhida toda esta experiência internacional, estava na hora de regressar ao Brasil, de novo emprestado, no que seria o último ano de ligação contratual ao clube da Luz. O destino foi a Portuguesa dos Desportos.

Em 2007 esteve meio ano no Londrina, onde partilhou o balneário com Amaral (esse mesmo da Operação Fica Amaral), e o restante ano no Ponte Preta. Actualmente, em 2008, Anderson joga no Japão, no Consadole Sapporo, emblema que conseguiu um excelente 18º e último lugar na liga nipónica com metade dos pontos do penúltimo (isto ainda a 2 jornadas do final da competição).

Com carreira para seguir aqui, Anderson já vai a caminho da 2ª Divisão do Japão…

Armando Sá

Armando Miguel Correira de Sá nasceu em Maputo, Moçambique, decorria o ano de 1975. Iniciou-se no futebol profissional ao serviço do Belenenses, decorria a época de 1992/93. Na época seguinte ainda fez parte da equipa em que figurava David Embé e Mauro Airez mas não tinha espaço para se afirmar. Assim, em 1994/95 ruma ao Vilafranquense, ainda muito novo (17 anos) onde fica ainda na época seguinte. Mas era grave demais dizer “Já vai” a um miúdo de 17 anos que de facto teve um início de carreira prometedor nesse aspecto.

Da Vila Franca de Xira, Armando salta para o Bragança em 96/97 e na época seguinte mantém-se em Trás-os-Montes, assinando pelo Vila Real, onde contracenou com o quase-internacional “A” Rosário e com Paulo Jorge, o diminuto guardião gilista dos últimos anos.

Mas em 98/99 deu o salto: foi transferido para o Rio Ave, equipa onde permaneceu 3 épocas. Em 2001/02 é contratado pelo Braga e no mercado de Inverno dessa época assina pelo Benfica, clube onde jogou 2 épocas e meia com alguma regularidade, fazendo um total de 51 jogos e marcando um golo nesse período.

Mas Armando Sá não era visto como aposta de sucesso na Luz e no início da época de 2004/05 é vendido ao Villarreal da 1ª Divisão de Espanha. Armando não se aguentou muito tempo na equipa sendo transferido para o Espanhol na época seguinte. A meio da época de 2006/07 é transferido para o Leeds United, que disputava a 2ª Divisão inglesa. Armando arrasta-se por Leeds até ao final da época e tem uma transferência-relâmpago para o Foolad de Ahvaz (Irão), clube que tinha muitos jogadores oriundos do campeonato português e orientado por Augusto Inácio. Apenas um parêntesis para dizer que o Foolad estava na 2ª Divisão na altura (subiu essa época e teve uma excelente carreira na Taça). E não é tudo! Na época actual, transferiu-se para o Sepahan, da cidade de Ishfahan, naquela que só pode ter sido a transferência mais badalada do defeso no Irão! Atente-se na fotografia para aferir das espectaculares modalidades amadoras que o clube possui e as campeãs que as mesmas produzem!



Com carreira para seguir aqui, é caso para dizer que Armando Sá, aos 33 anos, já vai na 2ª equipa no Irão…