terça-feira, 4 de agosto de 2009

Braima


Injai Braima nasceu em Bissau decorria o ano de 1975. Um dia disseram-lhe para ir jogar futebol, e assim aconteceu. Sem se saber muito bem porquê, Braima estreou-se nos seniores do Gondomar na época de 1993/94, portanto com 18 anos de idade. Nessa altura o Gondomar militava nas divisões secundárias (não é que alguma vez tenha jogado na 1ª Divisão), mas a bênção de Valentim Loureiro ainda não se tinha feito sentir. Na época seguinte, Braima seguiu nos gondomarenses mas em 1995/96 jogou no Torres Novas, clube que jogava na 2ª Divisão B e onde chegou a fazer parelha no meio campo com Ali Hassan, que após quatro épocas de leão ao peito (que tempos, que tempos!) e após passagem por Viseu veio terminar a Torres Novas.

Na época seguinte novamente a troca de experiências com uma velha glória do futebol português em fim de carreira, desta feita de novo no Gondomar: Mamadu Bóbó Djaló. O clube era usado como filial do Boavista e portanto nessa época partilhou o balneário, entre outros, com Petit e mais uns quantos jogadores que entretanto se perderam.

Não é de estranhar então que na época, seguinte (1997/98) e juntamente com Petit de novo, ingressasse no U.Lamas para jogar na 2ª Divisão de Honra na altura, a divisão mais alta onde alguma vez tinha jogado. Distribuindo pontapés por tudo quanto se mexesse no campo e não se parecesse com uma bola, não foi surpresa que Jaime Pacheco lhe desse uma oportunidade no Boavista da época seguinte. No entanto, por duas infelicidades (uma lesão grave e outra falta de jeito) Braima nunca jogou no Bessa e na época seguinte foi emprestado ao Desp. Aves onde conseguiu a subida à 1ª Divisão. Manteve-se emprestado na época seguinte aos avenses, que não evitaram a despromoção à 2ª Divisão (enquanto que o clube que detinha os seus direitos, o Boavista, se sagrava campeão nacional da 1ª Divisão).

De regresso ao Bessa, em 2001/02, Braima nunca se afirmou num plantel que jogava Liga dos Campeões e lutava pelo campeonato, pelo que a meio da época foi emprestado ao Leça, nessa altura na 2ª Divisão.

Desvinculado do Boavista a partir de 2002/03, Braima atinge o ponto alto da sua carreira, assinando pelo Gil Vicente e onde se afirmou como titular no centro da defesa (e ocasionalmente a trinco, onde tinha mais liberdade para explanar o seu futebol viril). Jogou durante 4 épocas consecutivas nos gilistas e sempre na 1ª Divisão.

Em 2006/07, já com 31 anos, assina pelo Portimonense que na altura militava na 2ª Divisão de Honra. Partilhou balneário com craques como Pintassilgo, Rui Baião, Rodolfo Lima ou Maxi Bevacqua! Entusiasmado com o sol do Algarve, o guineense assina na época seguinte por novo sol, o sol do Chipre! O clube era o Olympiakos de Nicósia, clube recheado de estrangeiros de qualidade duvidosa, mesmo para standard de campeonato cipriota. O clube obteve 18 derrotas em 26 jogos onde obteve um destacadíssimo 14º lugar a 10 pontos do 13º. Como é óbvio, desceram de divisão.

Mas Braima recusava-se a atirar a toalha ao chão e aos 33 anos assina por novo projecto ambicioso no estrangeiro, desta vez no exigente Girabola, o campeonato angolano de futebol. O clube é o 1º de Maio de Benguela que tem como presidente um senhor chamado Bartolomeu Dias. Nesta liga do ano de 2009, o 1º de Maio vai em antepenúltimo, travando batalhas titânicas com colossos como o Santos FC (mas de Luanda) e o Recreativo de Caála. São estas as batalhas que Braima gosta de travar! Mas nem tudo foram rosas nestas últimas épocas para o nosso herói. Sabor agridoce para Braima pois finalmente aos 32 anos foi internacional pelo seu país, a Guiné-Bissau, mas foi logo eliminado no caminho para o Mundial da África do Sul pela Serra Leoa. Mas saiu com a cabeça erguida de campo, como sai sempre!

Aos 33 anos e após longa carreira no nosso futebol e com carreira para seguir aqui, Braima já vai a caminho da 2ª Divisão de Angola!